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Como o Brasil — e sua empresa — podem virar o jogo na gestão de resíduos sólidos

  • Foto do escritor: Kátia Kuroshima
    Kátia Kuroshima
  • 17 de jun.
  • 4 min de leitura




O Brasil gerou aproximadamente 81 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos em 2023, o que corresponde a cerca de 1,05 kg por habitante por dia — mais de 221 mil toneladas diariamente. Mas a distribuição desse volume revela importantes disparidades regionais.


Na Região Sudeste, responsável por quase 50 % do total nacional (cerca de 40 milhões de toneladas), a geração per capita é a mais alta do país, com 1,23 kg por pessoa por dia. Já o Sul, embora responda por apenas 10,8 % do total (8,8 milhões de toneladas), tem o menor índice per capita — 0,80 kg/dia . O Centro-Oeste gera cerca de 0,99 kg por pessoa/dia (7,7 % do total), enquanto Nordeste (24,7 %) e Norte (7,5 %, com 0,90 kg por pessoa/dia) apresentam desafios distintos no manejo e na destinação.


Essas diferenças derivam de fatores estruturais: o Sudeste e o Sul se beneficiam de infraestrutura mais robusta de coleta, investimentos em saneamento e políticas públicas bem estabelecidas. Já no Norte e Nordeste, a dispersão populacional, os menores investimentos municipais e a precariedade na gestão dificultam o combate aos lixões, que ainda persistem em 73,8 % dos municípios do Norte e 51,6 % do Nordeste. Já no Sudeste o índice cai para 12,1 % e no Sul para apenas 5,7 %.


A coleta formal também sofre influência regional: no Sul (97 %), Sudeste (98,6 %) e Centro‑Oeste (94,9 %) a cobertura é alta, enquanto o Norte (83 %) e Nordeste (82 %), ainda estão abaixo da média nacional (93,4 %). E, mesmo quando há coleta, 41,5 % do total de resíduos ainda têm destino inadequado, conforme mostra a Abrela (2023). Sem contar que investimentos per capita nessa área variam de cerca de R$ 150/habitante no Sudeste até R$ 30–50 no Norte, segundo o Trata Brasil e SNIS/IBGE .


Embora 99,8 % dos municípios brasileiros tenham coleta urbana, 31,9 % ainda utilizam lixões como forma de destino final — um problema que afeta principalmente Norte e Nordeste, onde ainda não desapareceram após prazos da PNRS.

 

O que sua empresa pode fazer de forma prática

Para muitas empresas, dar os primeiros passos em direção à gestão eficiente de resíduos sólidos é mais fácil do que parece. E esses passos trazem vantagens reais — redução de custos, conformidade legal, reputação reforçada e até novas fontes de receita:

  • Auditoria de resíduos - Realize um levantamento detalhado do que é descartado: tipos de material, volumes e frequência. Auditorias regulares ajudam a identificar desperdícios e oportunidades concretas para redução, reciclagem ou reaproveitamento

  • Separação na fonte - Disponibilize recipientes separados por tipo de material — orgânico, reciclável, rejeito, e até e‑waste. Use cores, símbolos e cartazes informativos para orientar funcionários e visitantes, facilitando o descarte correto.

  • Capacitação da equipe - Treine e engaje colaboradores com educação contínua: palestras, quadros explicativos, lembretes e feedback. Funcionários bem informados tornam-se agentes ativos na prática sustentável .

  • Plano estruturado e Metas - Crie um plano com objetivos claros: reduzir x % de descartes, aumentar a reciclagem, ou eliminar plásticos descartáveis. Registre, mensure e publique os resultados, reforçando o compromisso interno e externo.

  • Parcerias especializadas - Trabalhe com cooperativas de catadores e empresas de gerenciamento, garantindo coleta seletiva metas - Crie um plano com objetivos claros: reduzir x % de descartes, aumentar a reciclagem, ou eliminar plásticos descartáveis. Registre, mensure e publique os resultados, reforçando o compromisso interno e externo .

  • Redução de uso e reutilização - Adote a hierarquia dos 3 Rs (reduzir, reutilizar, reciclar). Evite material de uso único, digitalize documentos e reutilize embalagens. Comprar com consciência — menos plástico, mais eficiência — reduz custos e facilita o descarte consciente .profissionalizada, formalização social e logística reversa eficiente .

  • Compostagem interna ou local - Instale urnas para compostagem de resíduos orgânicos — uma tonelada de resíduos pode evitar até uma tonelada de CO₂ emitida por aterros.

  • Tecnologia a favor - Use sistemas IoT — sensores de nível em lixeiras, ERP para monitoramento, rotas inteligentes — para otimizar a coleta e reduzir custos operacionais .

  • Responsabilidade na cadeia Exija embalagens recicláveis, estabeleça cláusulas de devolução, parcerias com fornecedores sustentáveis e incorpore métricas ESG no processo de compras.

  • Comunicação e valorização - Divulgue os resultados e reconheça equipes. Um programa de "embaixadores verdes" aumenta o engajamento e fortalece a cultura ESG interna.

 

O que você, cidadão, pode fazer hoje

A mudança começa também no cotidiano: pequenas ações individuais somam impacto coletivo significativo:

  • Separe em casa: priorize, pelo menos, recicláveis e orgânicos. Garanta limpeza e acondicionamento adequados, para facilitar nas centrais de triagem.

  • Consuma consciente: prefira produtos com menos plástico e embalagens recicláveis, opte por refis e evite desperdício de alimentos.

  • Composte ou doe: transforme restos de comida em adubo, ou doe para hortas comunitárias, evitando que cheguem a aterros.

  • Fiscalize e participe: ajude o poder público a entender falhas locais — reporte contêineres mal gerenciados e cobre melhorias.

  • Valorize catadores: compre diretamente deles, selecione separadamente e respeite sua contribuição — eles são base essencial da coleta seletiva no Brasil.

  • Divulgue e eduque: compartilhe informações, organize mutirões e promova eventos sobre resíduos em sua comunidade.

 

Em resumo

Se sua empresa adota essas práticas — auditoria, separação, metas, compostagem, tecnologia e boas parcerias —, está criando uma base robusta de sustentabilidade, reduzindo custos, riscos e comunicando compromisso real com o ESG. Como cidadão, sua separação no dia a dia, sua cobrança por serviços e sua valorização dos catadores geram impacto concreto, fortalecendo um ciclo virtuoso de economia circular.


O verdadeiro potencial para transformar o Brasil está nesse encontro entre ação consciente e responsabilidade coletiva. Quem começa hoje, inspira outros e ajuda a desenhar um futuro mais limpo, justo e eficiente.


O panorama dos resíduos sólidos no Brasil mistura alta geração, desigualdades regionais e avanços graduais. Só investindo em infraestrutura, educação ambiental e soluções corporativas para gestão de resíduos alcançaremos um modelo de economia circular robusto.


Se você quer que a sua empresa atue de forma responsável — reduzindo custos, aumentando reputação e contribuindo para o futuro do país —, Soluções Sustentáveis está aqui para apoiar com diagnóstico ESG, implantação de sistemas, parcerias com cooperativas e ferramentas. A gestão eficiente de resíduos começa com um passo simples: separar na fonte. E sua empresa pode liderar essa mudança.

 

Referências

  • Agência Brasil: mais de 41 % de resíduos sem destinação adequada em 2023.

  • IBGE/MUNIC 2023: 31,9 % dos municípios ainda usam lixões — Norte 73,8 %, Sudeste 12,1 %, Sul 5,7 %

  • Abrema (Panorama 2024): apenas 8,3 % dos resíduos são reciclados 2

  • Portal Tela/G1/Poder360: 75,6 Mt coletadas (93,4 %), 58,5 % para aterros sanitários

  • Trata Brasil/SNIS/Plansab: investimento per capita e cobertura

  • GNPW: potencial de geração de energia a partir de resíduos

  • Wikipedia (PNRS, Lixões, Saneamento no Brasil)

 
 
 

1 Comment

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Guest
Jun 17
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A situação dos resíduos sólidos é ainda uma grande problema no pais. São poucas pessoas que conheço que fazem a separação dos resíduos 100% do tempo! E quando fazem, sempre comentem algum engano! Ainda tem muito o que percorrer.

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